quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

CANOAGEM NO CEIRA


SABADO 20-02/2010


Chegada  à ponte velha Cabreira


Há já alguns anos que se tornou habitual e quando as condições atmosféricas e o caudal das águas  assim o permitem, que um atrevido grupo adepto da canoagem se dedica a fazer a descida do rio Ceira. Conforme o caudal das águas do rio, assim se decide qual o melhor trajecto a fazer. Habitualmente entre Vale Pardieiro e Góis. Conforme o local de partida , assim se decide onde terminar a etapa do dia. As decisões são normalmente tomadas pelos veteranos da "Kompanhia das Aguas" Mário Martins e Carlos Dias. Uma descida do Ceira nesta modalidade para mim constitui um verdadeiro desafio face à minha inexperiência, neste tipo de "aventura".
Mas vamos ter de confiar nos grandes entusiastas da modalidade, como o Mário Martins e o Carlos Dias pessoas com larga experiência nestas andanças. O amanhecer no Colmeal acordou nessa manha com um pouco mais de bulício do que o habitual,o Rio ficou muito mais alegre e colorido nesta manha de sábado 20/02/2010, quando os intervenientes desta aventura começaram a chegar junto da ponte do Colmeal e se preparavam para dar início à descida do rio, até junto da ponte nova na Cabreira. Proeza que realizaram com carácter de grande destreza, desportivismo e camaradagem.


Descida do açude na ponte velha da Cabreira junto ao velho lagar




Terminada a etapa, faz-se o regresso ao Colmeal, para dar início ao retempero das forças, para o qual houve a prestável e agradável colaboração do grande artista Carlos Dias mestre na área do bem saber cozinhar, papel que desempenha com grande mestria e conhecimento como o cozinheiro de serviço. E que bem que desempenha esta tarefa, com um excelente serviço, digno de um Rei. O meu muito obrigado.
Houve também e como sempre tem sido hábito a gentil e grande colaboração por parte da União Progressiva da Freguesia do Colmeal na pessoa do seu presidente Sr. António dos Santos que nos honrou com a sua presença e colaboração. Não menos importante foi a colaboração da Junta de Freguesia do Colmeal, onde o Sr. Presidente e o presidente da Assembleia Geral estiveram presentes dando a sua colaboração e apoio ao evento.



Chegada ao final da etapa na ponte nova da - Cabreira

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Este aparato sem igual foi só para a fotografia 



Terminada a etapa começa uma nova azáfama, mudar de roupa e providenciar o transporte de pessoas e equipamento ao local de partida.


REGRESSO AO COLMEAL

Final do dia vem um novo convívio, sentar à mesa e retemperar forças,   em ameno cavaqueio vai-se comentando as aventuras do dia,  e preparando  o itinerário  para o dia seguinte.

De salientar que dado o grande numero de participantes, o fecho do dia foi feito com o desfrutar de uma bela refeição confeccionada como já atrás referi pelo cozinheiro de serviço Sr. Carlos Dias no antigo edifico da Escola Primária do Colmeal.. De salientar  a também a preciosa colaboração do meu velho amigo Artur Domingos da Fonte.


Imaginem só este tamanho de"tacho"

 

E para retempero das forças, um rancho à moda do Carlos Dias - são servidos ?

 

Olhem só para esta apresentação!

Para a entrada , além de outras iguarias, de salientar o "paté de atum"  receita do Carlos Dias que estava uma autêntica maravilha,


Temos aqui um creme de peixe, que estava uma delicia, aprovado por unanimidade.



Aqui temos a colaboração do Artur da Fonte dando o toque final neste maravilhoso creme de peixe
 que fez uma deliciosa entrada



Como seria de esperar também houve direito a sobremesa,. uma gentileza do participante e cozinheiro de serviço Chefe Carlos Dias


  

E ainda, um delicioso Leite creme







 Aqui uma grande demonstração da simpatia solidariedade e gentileza com que os participantes deste evento foram recebidos .No decorrer da lauta refeição que degustavam em ameno cavaqueio, aparece um grande amigo, um amigo que queria que nada faltasse naquela mesa e então  presenteou os presentes com dois excelentes tipos de digestivos,  um Logan especial e uma deliciosa e bem tradicional aguardente de mel com muitos, muitos anos de idade. Uma iguaria sem precedentes. Porque disto já não se faz por estas terras. Isto eu posso justificar, porque sendo eu um bom apreciador deste néctar à muito tempo não tinha o prazer de saborear uma coisa tão deliciosa.
Para além de ainda sermos convidados a entrar em sua casa e aquecermos  na sua lareira 

Um bem-haja  pela colaboração,a hospitalidade e o carinho com que nos receberam

(Lamento não saber o nome deste querido amigo, deixo aqui a mensagem para quem o conhece fazer o favor de o fazer na rubrica comentários do post)

DOMINGO 21 - 02 - 2010
PRAIA DA PENEDA


No segundo dia, Domingo, a partida foi feita a partir de Góis, com início na Praia da Peneda e destino a Casal do Ermio, Serpins. Com grande pena minha e por razões pessoais não pude fazer o acompanhamento desta etapa.
 RIO CEIRA GÓIS




Praia da Peneda -  Góis

No comando das operações vemos aqui, Mário Martins a saltar o açude da praia do Cerejal - em Góis




Mais um grupo de participantes que se aventura no salto do açude da praia do Cerejal- Góis

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Carnaval e o Serrar da Velha


Carnaval e Entrudo são palavras com etimologias diferentes mas com significado igual para o período que vai desde o domingo da Septuagésima até à quarta-feira de cinzas.
É com o aparecimento da cultura cristã que o Entrudo nos aparece com celebração ligada ao período de abstinência imposto durante os quarenta dias da Quaresma.
Seja como for o Carnaval ou Entrudo será uma festa cujo significado e vivência estará sempre de acordo com a cultura de cada região. Não deixa também de ser uma festa de liberdade, onde tudo é permitido fazer-se de acordo com as tradições locais. E onde preceitos e bons costumes tendem a ser esquecidos para permanecer durante três dias o quase “vale tudo”. È mesmo um período que goza de muita permissividade e afincada sátira à sociedade em especial aos políticos. O divertimento carnavalesco foi, desde sempre, irreal e utópico mas, do verdadeiro Carnaval já pouco resta. Tem sido substituído por festas imitativas do Carnaval Brasileiro, samba e corpos quase nus.


Na minha aldeia havia a tradição de correr o Entrudo até à aldeia vizinha. Este consistia em levar um boneco feito a preceito com matérias-primas diversas e vestido a rigor com indumentária de cariz carnavalesco. Reunia-se o grupo de guerra sempre bem mascarado, que avançava em direcção à aldeia escolhida para ir deixar o Entrudo, tudo decorria calmamente até conseguir com que o Entrudo (boneco) ficasse dentro da povoação vizinha. Tarefa terminada com sucesso havia que bater em retirada com grande alarido. O que por vezes corria mal dado que havia outro grupo alerta da aldeia oposta esperando os intrusos e entre pedradas e umas pauladas, ganhava quem corria mais rápido. Mas tudo acabava sempre em boa harmonia. Era festa, era Carnaval! Tudo se aceitava. Cumpria-se a tradição. 

Outra tradição que nas beiras também fazia parte desta quadra, era o serrar da velha a meio da Quaresma. Era uma tradição exclusivamente feita por solteiros. Todos se apetrechavam, envergando desde os velhos e grandes chocalhos, aos mais inusitados instrumentos arranjados para fazer barulho. O sino da torre da igreja acabava de dar as doze badaladas da meia-noite e eles aí vão. Acompanhados de um cortiço e um pau ou algo que imitasse o barulho de serrar, e entre grande algazarra, chocalhadas e outros instrumentos, paravam à porta da mulher mais idosa da aldeia de preferência que fosse solteirona e entre cantorias indicadas para a ocasião e sempre com alguma malícia vai de serrar no cortiço gritando serrar a velha serrar velha. Claro que muitas vezes terminava com um grande penicada por cima dos intervenientes, já reservada desde umas semanas atrás pois a situação já era prevista e afinal a idade também traz experiência.
Texto publicado no blog www.aldeiadaminhavida.blogspot.com/. Visite, desfrute da leitura e vote no seu texto preferido.
Boas leituras.